Porque sim!

Estava-se mesmo a ver. Eu não dizia que a Resistência era capaz de não se deixar ficar? 
Pois não ficou. Dias depois do contra-ataque da Resiliência aí estão eles com as suas duas letrinhas – S e T – de um vermelho vibrante a dobrar a língua aos ocultos antagonistas.
Uma guerra que promete arrastar-se, portanto. 

Desde o dia já distante em que a Resiliência se apresentou ao mundo com a sua mensagem pespegada no muro do quartel do bairro. [https://wordpress.com/post/zelima388727646.wordpress.com/227 ], depois do interregno de umas tréguas tacitamente declaradas [ https://wordpress.com/post/zelima388727646.wordpress.com/996 ] e do contra-ataque de uma Resiliência abespinhada diante do que provavelmente considerava ser já impertinência [ https://wordpress.com/post/zelima388727646.wordpress.com/1129 ], os dois ignotos contendores voltaram a terçar armas. No caso, pincéis e tinta.

Uma guerra quase pacífica, portanto, sem estandartes nem fanfarras, nem sequer insultos. E onde não há baixas! À laia de divisa, uma única palavra: Resiliência para uns, Resistência para outros.
Não há aqui, que se saiba, sombra de qualquer disputa territorial, religiosa, ou sequer política. Quando muito, alguma velada querela sobre duas filosofias, duas maneiras de encarar a vida.

E talvez seja essa a única guerra que valerá a pena travar, digo eu. Sobretudo se tão calada como esta a que o bairro assiste. Olhando para todas as outras que por aí lavram, as dúvidas não podem ser muitas.

Testemunhas do duelo, sem tomar partido, ficamos talvez a magicar na escolha em questão, que nem dilema chega a ser, tão próximas nos parecem as duas propostas. Num dos postais aqui publicados sobre o assunto, houve um leitor (Rosalvo Almeida) que destrinçou num comentário as diferenças, as definições possíveis, as eventuais razões para nos inclinarmos para um ou outro lado. Mas está-me a parecer que nem assim se derreteu a nossa indecisão. Por mim, que por feitio as mais das vezes tendo mais para a resiliência, não deixa de me atrair o que há de descarado, de insubmisso, naquela recusa vibrante com que as duas letrinhas da Resistência parecem estar a querer pôr um pauzinho na engrenagem. Se tivesse mesmo de escolher (e não tenho) não sei se no último momento não acabaria por ir por aí.

Isso sabem-no eles, decerto, os duelistas do muro. A haver aqui algum propósito, será esse, talvez, o de nos porem a meditar na alternativa. Se calhar.
Porque, a não ser assim, haverá lugar para perguntarmos, nós que só o acaso (ou o cão à solta) levou a testemunhar esta batalha mural: Porquê? Porquê tal teima?

E estou certo de que a resposta seria, à uma, tanto de Resilientes como de Resistentes, a mesma: Porque sim!

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