escreveu uma carta para o “Correio dos Leitores” do Público. Foi publicada, e ainda agora me pergunto se alguém leu o nome dele em voz alta (en français, naturalmente). Acho que não.
Era assim:
Os ossos de Eça
Tenho seguido a polémica levantada pelos ossos de Eça. Vejo que os descendentes se dividem sobre a questão: uns querem os ossos em Lisboa, no Panteão; outros em Tormes, onde eles estão. A questão não é nova (já em tempos se propôs o mesmo à família de então e já então foi recusada a deslocação) e parece não ter solução. A não ser… a não ser uma solução salomónica, que se calhar (hélas!) deixará desapontados os dois ramos familiares (e nós todos a assistir): se é verdade que o corpo humano conta duzentos e tal ossos, e mesmo que possam não ser tantos os que ainda lá estarão, porque não os dividir fraternalmente entre o túmulo de Baião e o Panteão? Todos teriam os seus ossos, e até Eça talvez não se sentisse muito mal com uma casa na cidade e outra nas serras. E a solução também não é única: não foi assim que resolveram o dilema com as ossadas de Nuno Álvares Pereira, de Vasco da Gama, de Camões (aliás, também ele repartido por dois panteões)? E toda a gente achou bem, Eça é que é essa! Jean Némar, Lisboa