por falar na Luísa…

falei há pouco na Luísa (do livro dela que foi parar à Feira da Ladra). e lembrei-me da exposição dela que fui ver há dias ao Teatro do Bairro com fotografias Photomaton. uma série de pequeníssimas fotografias tiradas durante o mês de janeiro – bocados da vida. da casa, da cabeça dela, que depois retoca com aguarela, aqui e ali, a reavivar as cores esmaecidas do photomaton, a acrescentar um pormenor que achou que ali faltava. coisas bem dela. e estava a ver aquilo (coisa pouca, aí umas vinte e tal fotos), ainda não tinha chegado ninguém, e tudo aquilo, tão simples, tão despretensioso, ocasional, me repetia a ideia que tantas vezes me vem ao ver as as coisas dela (sejam pinturas, desenhos, poemas, e já não digo livros, que isso então já se sabe): como tudo o que ela toca se transforma inesperadamente. Como um estado de graça. Onde outros poriam um relambório de todo o tamanho, uma demonstração, uma exibição, um encaracolado de frase, vem ela e, zás, pega numa palavra e noutra e faz dali um pequena dança, uma cabriola e… voilà.

Deixe um comentário